RESENHA* Exodus - de onde eu vim não existe mais: filme sobre drama do refugiado
De Maurício Mellone em outubro 13, 2017
Tarcha, nascida no Saara Ocidental, foi expulsa de sua terra e hoje vive na fronteira, repleta de minas terrestres |
Um dos problemas cruciais da humanidade hoje é a questão da imigração e o
drama das pessoas que são obrigadas a deixar suas terras, por motivos
distintos, para tentar a vida em outros países, que nem sempre são
solidários aos refugiados. Para tratar desta questão tão grave, o
documentário Exodus- de onde eu vim não existe mais
— dirigido por Hank Levine da produtora brasileira O2 Filmes em
coprodução com a Alemanha —, acompanha a trajetória de vida de seis
imigrantes.
Partindo de São Paulo, o filme mostra como vive a síria Dana que trabalha como secretária em uma mesquita e deseja reencontrar a família no Canadá. Na Alemanha são dois os casos relatados, o da ativista Napuli que deixou o conturbado Sudão do Sul e Bruno, que abandonou o Togo, na África, e viveu anos num espaço para refugiados, uma espécie de prisão; hoje ele luta por outros refugiados residentes na Alemanha. Em Mianmar o filme retrata o drama do casal Lahtow e Mahka, que perderam o direito de morar na casa deles, pois vivem em região de guerra. Já o caso da idosa Tarcha é terrível: nascida no Saara Ocidental, ela foi expulsa de sua terra e é testemunha da opressão marroquina, vivendo hoje na fronteira de seu país, repleta de minas terrestres. Por último, o documentário mostra a trajetória de Nizar, sírio-palestino que tem uma passagem pelo Brasil, mas seu destino é a Alemanha, onde tentará um visto de permanência para estudar.
Partindo de São Paulo, o filme mostra como vive a síria Dana que trabalha como secretária em uma mesquita e deseja reencontrar a família no Canadá. Na Alemanha são dois os casos relatados, o da ativista Napuli que deixou o conturbado Sudão do Sul e Bruno, que abandonou o Togo, na África, e viveu anos num espaço para refugiados, uma espécie de prisão; hoje ele luta por outros refugiados residentes na Alemanha. Em Mianmar o filme retrata o drama do casal Lahtow e Mahka, que perderam o direito de morar na casa deles, pois vivem em região de guerra. Já o caso da idosa Tarcha é terrível: nascida no Saara Ocidental, ela foi expulsa de sua terra e é testemunha da opressão marroquina, vivendo hoje na fronteira de seu país, repleta de minas terrestres. Por último, o documentário mostra a trajetória de Nizar, sírio-palestino que tem uma passagem pelo Brasil, mas seu destino é a Alemanha, onde tentará um visto de permanência para estudar.
A síria Dana trabalha numa mesquita em São Paulo e quer reencontrar a família no Canadá |
O filme é recortado com as histórias dos personagens e aos poucos o
espectador vai tendo a dimensão do drama que é ter de deixar sua casa,
seu país e tentar a vida em outro local, com outra cultura, outro
idioma, outra realidade. Os motivos são os mais variados, desde a
miséria e a fome até a guerra, a luta pelo poder, a ganância humana. Com
roteiro e direção de Levine, o documentário em diversos momentos traz
textos para elucidar fatos históricos sobre o que ocorre hoje ou o que
aconteceu nas regiões dos personagens retratados no filme. Em off,
o ator Wagner Moura também faz interferências, mostrando o horror
porque passam os milhões de pessoas pelo mundo, em suas marchas e em
campos de refugiados (que mais parecem campos de concentração!). O
discurso da sudanesa Napuli é ácido e incisivo: “Não somos todos iguais
neste mundo?”
A ativista Napuli deixou o Sudão do Sul e hoje luta ao lado do marido alemão pelos refugiados |
Mais do que retratar o drama da imigração nos nossos dias, o
documentário provoca uma reflexão profunda de todos nós. Wagner Moura é o
porta-voz desta voz indignada:
“Qual o preço de se ter um lugar para respirar? Quem tem o direito de viver em paz? Quem merece morrer com medo?”
Questionamentos profundos que remetem a uma reflexão do nosso papel
neste conturbado, injustiçado e polêmico mundo contemporâneo.
Texto de: Maurício Mellone em outubro 13, 2017
Fonte: Favo do Mellone
Por: Paula Andréia
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