Entrevista WAGNER MOURA - Caros Amigos

Originalmente publicada na edição 147 de junho/2009



Um dos atores mais premiados do cinema, teatro e televisão, Wagner Moura recebeu a Caros Amigos em sua produtora, no Jardim Botânico, bairro acolhedor da zona sul carioca. Nesta entrevista ele fala sobre sua infância em Rodelas, no sertão baiano, a timidez que lhe valeu o apelido de OVNI numa escola de Salvador, os primeiros passos no teatro e a vinda para o Rio de Janeiro – de onde passou a fazer trabalhos reconhecidos internacionalmente.
Com entusiasmo, defende a importância de Tropa de Elite e fala sobre a montagem de Hamlet e a produção do filme Tropa de Elite 2, que vai abordar a questão dos grupos criminosos formados por policiais, vulgarmente conhecidos como “milícias”. O ator comenta ainda o cercamento, com muros, das favelas do Rio, uma iniciativa conjunta do governo estadual e de empresas privadas.
Marcelo Salles - Wagner, agente sempre começa pedindo parao entrevistado falar desde a infância,como foi sua criação,seus pais,em que cidade.E aí a gente vai desenvolvendo...
Wagner Moura - Meu pai é militar da reserva, da Aeronáutica. Serviu 32 anos, era sargento. Veio de Rodelas, interior da Bahia, com 17 anos, no pau-de-arara, como os nordestinos que vêm para ser porteiros, trabalhar na construção civil. Até que entrou como soldado para a Aeronáutica, fez carreira militar, mas a onda dele era estudar. Durante esse tempo ele conseguiu estudar Direito e se formar. Nunca exerceu. Se formou e falou: sou doutor. Eu nasci em Salvador, a minha mãe também é baiana de Rodelas, era dona de casa. Meu pai tinha sido transferido do Rio para Salvador, fiquei lá dois anos, aí ele foi transferido de volta para o Rio. Morei cinco, seis anos em Marechal Hermes [bairro da zona norte da capital fluminense]. Fui alfabetizado aqui no Rio, tenho uma irmã mais nova, médica pediatra de UTI. Meu pai é bem mais velho que minha mãe, tem 73 anos, e sempre foi um nordestino saudoso, desses que ficam ouvindo Luis Gonzaga em casa, e choram, querendo voltar. Quando fechou o ciclo dele, quis voltar para Rodelas, voltamos todos pra lá, isso nos anos 80.
Luciana Chagas – Isso foi um pouco antes da enchente?
Um pouquinho depois, na verdade. A enchente foi em 88, e a gente se mudou em 89 para Salvador. Isso é um negócio que está gravado na minha cabeça de uma forma violenta...
Luciana Chagas – A perda da cidade natal é uma referência?
Rapaz, não. Pra mim, criança, eu achava um barato aqueles peões na cidade, as casas quebradas. Ficava brincando naqueles escombros, na lama, mas eu me lembro das pessoas, mais velhas principalmente, sem entender o que estava acontecendo.
Luciana Chagas – Você estava com quantos anos?
Nove, dez anos. Tinha uma coisa religiosa muito forte. Eu me lembro da mudança do santo padroeiro da cidade, Santo Antônio, da cidade velha para a nova. Foi uma coisa que antropologicamente era muito forte. As pessoas todas cuidando daquele santo, daquela imagem. Eu me lembro que o santo bambeou, parou, aí uma senhora gritou “São João Batista quer que caia!”, aí todo mundo “quer que caia, quer que caia!”. Lembro da minha mãe chorando.

Marcelo Salles – Como que foi o seu encontro com o teatro?
Então, eu era esse cara que não tinha nenhum amigo, muito só. Meu apelido na escola era OVNI, sentava sozinho. Eu não me sentia incluído, não me sentia parte daquilo, sabe? Quando eu comecei a fazer teatro eu tinha 14, 15 anos. E musicalmente Salvador era, no início dos anos 90, uma ditadura do axé. Nenhuma rádio tocava outra coisa, e os jovens eram muito fascinados por essa cultura do axé, de ir pra festas e pegar menininhas, de pegar o carro do pai. Aqueles blocos de Carnaval sectários, onde uma pessoa preta não pode entrar, uma pessoa feia não podia. Eu era muito só, ficava em casa, estudando. Aí eu estava na escola e uma menina chamada Micheline, que era mais velha e fazia parte de um grupo de teatro, num lu-gar chamado Casa Via Magia, na Federação [bairro de Salvador], achou que eu levava jeito, e me levou. Lá eu fiquei encantado e não parei nunca mais.
Leandro Uchoas – Como esses personagens da sua infância alimentam a construção dos seus personagens hoje?
O homem, o artista que eu sou é entranhado disso. Eu sou esse cara que veio dali. Meu DNA é esse. Então um jeito de eu fazer Shakespeare é entranhado dessa minha... A forma como eu leio uma peça dinamarquesa, a porta de entrada é minha percepção, minha cultura.
Luciana Chagas – Acho que ainda em Salvador você poderia falar sobre a banda.
Eu saí de uma escola e fui para uma outra que estava começando. Aí eu conheci Gabriel, meu parceiro que foi cover do The Cure, de- pois incorporou essa melancolia de música de puteiro, bodegas, de compositores que eu admiro muito, que fizeram alegria, compõem de forma apaixonada, sem medo de parecer isso ou aquilo.
Bruna Buzzo – Como estava sua carreira no teatro nessa época?
O auge do teatro baiano, desde a fundação da Escola de Teatro nos anos 50, até hoje, foram os anos 90. O governo da Bahia investia, as Secretarias de Cultura
e Turismo andavam juntas, hoje em dia é separado. E o turismo na Bahia dá muito dinheiro. Havia um dinheiro mais disponível e havia uma interação dos artistas do teatro baiano, principalmente depois do sucesso da Bofetada, no final dos anos 80, de produzir coisas assim. Então Fernando Guerreiro, Paulo Dourado, Márcio Meireles, foram os diretores que criaram as melhores coisas nos anos 90. Foi quando eu apareci, apareceu Lázaro Ramos, apareceu Vladimir Brichta, Fábio Lago, uma série de atores de Salvador. Foi aí que o João Falcão me viu fazendo uma peça e me chamou para fazer A Máquina e aí fiquei.
Marcelo Salles – E em termos de cinema nacional, como você está vendo?
Outro dia eu vi uma entrevista com um diretor em Cannes, que disse que cinema brasileiro é o cinema do futuro. Eu acho que tem ótimos cineastas, ótimos técnicos, ótimos atores, eu vejo com super bons olhos. E estamos sendo respeitados nos festivais internacionais, nos grandes, Berlim, Veneza, sempre tem filme brasileiro lá, se não na mostra oficial, nas paralelas estão sendo vendidos os nossos filmes lá.
Carolina Rossetti – A temática social é uma característica...
Sempre foi, né? Eu acho que isso é uma herança do Cinema Novo. Inclusive, essa é uma herança de que a gente está se desligando agora. O cineasta quer falar de tudo. Entender que Brasil é este, que País é este, que pessoas são essas? Então, o público gosta. Os grandes sucessos do cinema brasileiro foram feitos sobre o quê? O Carandiru, a situação penitenciária, Cidade de Deus, são mazelas sociais, mas são filmes que tentam entender, de certa forma, que País é esse, que pessoas são essas. Lá em Berlim o cara me perguntou: “por que vocês chegam assim, fazendo filmes sobre favela? Por que João Moreira Salles, que é um banqueiro, está fazendo um filme sobre favela?” Ô cara, o problema mais sério do Brasil é porque o banqueiro não olha pra favela. Quando o banqueiro olha pra favela, você acha ruim por quê? Estou esperando o dia que o cara da favela vai fazer um filme sobre o banqueiro. É, por que não?
Luciana Chagas – E do teatro em Salvador, como é que foi a escolha do jornalismo?
Quando eu resolvi fazer vestibular, não tinha certeza se queria teatro. E eu era muito encantado com a profissão de jornalista, gostava muito de escrever, e tinha uma coisa romântica. Repórter investigativo, que resolve, ajuda a população, descobre falcatruas, tem uma coisa social nisso. Cheguei a trabalhar em jornal na época, e os caras me davam umas pautas que eu tinha preguiça de fazer, cobrir buracos. Trabalhei um tempo em jornalismo, tive assessoria de imprensa... E a faculdade foi muito legal pra minha vida como ator, aprendi muita coisa. E também ter lido os caras da Teoria da Comunicação: Marcuse, Benjamin, Adorno, os caras da Escola de Frankfurt, só que quando eu pensava naquilo aplicava diretamente à indústria cultural, ao meu trabalho como ator, à minha vida como artista.
Sheila Jacob – Você falou que pensa diferente em relação ao artista. Mas tem alguma outra profissão da mídia que você pensa diferente?
A mídia é um negócio grande e complexo. Existem veículos de comunicação aos quais eu não falo. Eu não falo com a revista Veja, por exemplo.
Sheila Jacob – Por quê?
Muitos motivos. A linha editorial da revista Veja, uma revista de extrema direita brasileira. Eu me lembro claramente de uma capa da revista Veja que me indignou profundamente, sobre o desarmamento, que dizia assim: “Dez motivos para você votar ‘Não.’ Eu me lembro claramente da revista Veja elogiando Tropa de Elite pelos motivos mais equivocados do mundo. E semana sim, semana não está sacaneando colega nosso: Fábio Assunção, Reynaldo Gianecchini, de uma forma escrota, arrogante, violenta. Outro motivo é que na revista Veja escreve Diogo Mainardi! Eu não posso compactuar com uma revista dessas, entendeu? Conservadora, elitista. Então não falo com a revista Veja, assim como não falo para a revista Caras. Agora, a mídia é um negócio complexo, importante. A imprensa brasileira, nesse episódio agora do Congresso, cumpre um papel sensacional. Achei ótimo o fim dessa lei de imprensa, careta, antiga. Acho que a imprensa tem que se sentir livre e trabalhar, e quem se sentir agredido por ela entra em juízo e processa.
Mc leonardo – Você falou sobre a revista Veja ter elogiado o Tropa de Elite. Você sentiu, em algum momento, lendo os primeiros roteiros que chegaram a suas mãos, que você iria prestar um serviço à sociedade?
Eu achei de cara que era algo importante. Tendo em vista, principalmente, o outro filme do Zé Padilha, o Ônibus 174.
Eu falei, esse cara não faz filme de bobeira. Foi um dos melhores documentários que eu já vi. E eu fiquei muito surpreso quando o filme começou a ser tachado como de direita, porque da mesma forma eu diria que o Ônibus 174 é dirigido por um deputado do PSOL. Quando o Arnaldo Bloch disse (e foi o primeiro) que o Tropa de Elite é fascista, eu fui o primeiro a responder. Escrevi um artigo, que saiu na primeira página de O Globo, dizendo, não é fascista! Me parecia bobo o cara achar que um realizador compactua com seus personagens. Ah, o Copolla pensa como o D. Corleone. Ah, o Fernando Meirelles pensa como o Zé Pequeno. Eu sei o filme que eu fiz. Por que eu não sou fascista. Muito pelo contrário.
Carolina Rossetti – Você estava preparado para o filme, ou a complexidade...
Não, o filme não tem complexidade. As pessoas não são burras. O cara pode ser o mais ético do mundo, não se corromper financeiramente, mas você se corrompe moralmente quando você bota um cara dentro do saco. Então, para mim, para o Zé Padilha, isso era muito claro. Quando a gente começou a ver que a revista Veja e outras pessoas da sociedade estavam se identificando com aquilo, eu entendi que era uma questão mais séria. Mas por quê?
Quando é que surgem os regimes de força? O fascismo surge quando a situação é caótica. Vivemos uma situação caótica em relação à segurança pública. Então, a tendência do cara que já foi assaltado cinco vezes e vê alguém metendo a porrada no bandido e matando é dizer: “É isso. A solução é essa.” A solução, pra mim, está muito longe. Enquanto o único poder público a subir na favela for a polícia, não vai ter solução. Na favela não sobe escola, não sobe hospital, não sobe livro, não sobe parquinho pras crianças brincarem, não sobe biblioteca, só sobe polícia?
Marcelo Salles – O filme apresenta uma realidade concreta. Quem conhece um pouco da realidade da polícia do Rio...
A gente sabe que a polícia é corrupta. Quem não sabe que a PM é corrupta? Agora, existem bons policiais? Existem. Os policiais do Bope que eu conheci, eu vou dizer a você: eles todos são homens de bem! Incorruptíveis, eles têm suas famílias, e eles realmente acreditam que estão fazendo um puta bem pro Brasil matando bandido.

Mc leonardo – No meio da gravação, quando te via fardado ficava com medo de você, até porque sou morador de favela. Quando você incorporava o Capitão Nascimento, você ficava preocupado com o que a gente vive na favela. Como é que isso mexeu dentro de você?
Eu ficava o tempo todo achando que estava fazendo um filme importante.
Mc leonardo – Quando eu li o roteiro pensei assim: vai mostrar que a polícia é assim, que a polícia é corrupta, que a polícia vende droga, arma, que a polícia é assassina, então, vou entrar no projeto. Nunca pensei que iria chegar em São Paulo e ouvir dos Racionais: “Aí, rapá, Tropa de Elite não tá maneiro não.”
Os Racionais acharam isso?
Marcelo Salles – Uma superprodução, um super-roteiro, ninguém contesta a sua atuação, um filme que mostra uma realidade impregnada de fascismo. Mas também a reforça. Você não acha que, por isso, o filme foi pelo menos irresponsável?
Eu acho que é importante o Brasil entender que existe, se eu estivesse no Matrix eu tomava aquela pílula pra saber da realidade. Eu quero saber, você não quer saber? Ah, é assim? O que a gente pode fazer pra mudar?
Sheila Jacob – O presidente da CPI das Milícias aqui do Rio, deputado Marcelo Freixo, disse que o filme foi antipedagógico. Você acha que houve um erro de estratégia?
Eu acho que antipedagógico foi ter crianças assistindo. Uma criança de oito ou nove anos assistindo a esses filmes... Mas eu acho que para o adulto, que sabe o que é realidade, o que é ficção... Tenho o maior respeito pelo Marcelo Freixo, acho ele um dos últimos. É um herói. Mas eu acho que o filme foi pedagógico no bom sentido.
Leandro Uchoas – Wagner, como você recebe a notícia do Tropa de Elite 2, que vai ser lançado?
Cara, eu acho que Tropa de Elite 2 vai ser um filme mais interessante que o primeiro, porque agora a gente vai poder falar de milícia, porque mais assustador que a promiscuidade da polícia com os bandidos é a polícia com a política. O poder público, os batalhões policiais dominados, a milícia elegendo vereadores. Crime organizado é a milícia, não é o tráfico. O Marcelo Freixo é um personagem do Tropa de Elite 2, não sei se vocês sabem.
MC Leonardo – Você acha que a arte, de maneira geral, a novela, poderia estar cumprindo um papel mais social...
Eu acho que isso é muito de quem tá fazendo. Você é um cara que mora na comunidade, você quer que a garotada jovem não entre para o tráfico. Então, isso faz parte de quem você é. Eu, particularmente, quero fazer um filme sobre a questão agrária. A partir do momento em que eu sei que nenhum mandante de nenhum crime agrário no Brasil está preso, ou jamais foi preso. Mas eu acho que a arte é livre, entendeu, cada um faz da arte o que quiser.
Sheila Jacob – Como você encara o trabalho de publicidade?
Ótimo, adoro publicidade.
Sheila Jacob – E você escolhe?
Escolho, fazer comercial de dentadura não dá. E escolho também se não é um produto que vai fazer mal às pessoas, porque a imagem vai contribuir para aquilo. Mas eu te confesso que adoro, é um dinheiro ótimo de ganhar, você vai lá, grava um dia só e ganha um bom dinheiro.
Sheila Jacob – Porque tem a questão da arte incentivando o consumismo, como você vê isso?
Todo mundo consome aqui, no mundo as pessoas consomem, compram coisas. Eu não sou da ala radical do Partido Bolchevique, eu acho que as pessoas têm que comprar coisas mesmo, adquirir bens, claro que cada um no seu limite financeiro e ideológico.
MC Leonardo – A gente tá convivendo com a questão do muro nas favelas, o governo usando a desculpa da Mata Atlântica pra poder murar os favelados, qual a sua opinião?
Acho qualquer muro uma coisa horrorosa. Mas acho que é necessário haver uma contenção porque senão a favela pode crescer e desmatar a floresta desordenadamente. O que você acha disso?

Sheila Jacob – Wagner, você falou do Hamlet, que teve muita crítica em relação à tradução do texto. O que você acha de criticar a popularização dessa arte?
Vou te falar uma coisa, a nossa tradução não simplificou nada, ela é muito mais próxima da original do que as traduções que temos aí. Shakespeare era muito claro, Hamlet foi sucesso de público em 1600. O que a gente fez foi tirar a poeira de cima. Por que traduzir “go” por “ide”? Eu acho que foi a melhor coisa que eu já fiz na minha vida. Meu melhor trabalho,
uma das peças mais bem feitas do teatro ocidental. Tudo o que o Daniel Pires disse que achava ruim eu achava ótimo, ele disse que Guildenstern e Rosencrantz pareciam Oscarito e Grande Otelo... Que ótimo! O que eu acho da crítica, e isso eu ouvi muito aqui no Rio, é que tem muita gente despreparada escrevendo sobre teatro, parece que o teatro é um terreno que
todo mundo pode falar. E no teatro tem aquele cara esperto da faculdade, que leu umas coisas, tem uma opinião, chega na redação e o editor fala assim: “Você gosta de teatro?”, “Gosto sim”, “Você quer escrever alguma coisa?”, “Quero”, aí começa a história da crítica [risos].
Carolina Rossetti – Mas você acha que é popular mesmo custando R$ 80 em São Paulo?
Essa é outra questão. Popular no sentido de que as pessoas estão indo ao teatro. Se as pessoas não têm acesso de uma forma econômica é outra questão. O teatro não é uma arte popular nesse sentido. Na época de Shakespeare até era, mas com o teatro burguês no século XIX deixou de ser e virou uma arte de quem pode pagar, o próprio Shakespeare sobrevivia com o que as pessoas pagavam.
Bruna Buzzo – Mas com preços baixos?
Depende, se eu estiver no Teatro Casa Grande [na zona sul do Rio de Janeiro], como estou, o teatro me cobra R$ 9.500 por dia. A gente renegociou para 30% da bilheteria, o resto eu tenho que pagar, para os técnicos... Mas essa pergunta que você faz é típica das pessoas que acham que a gente está ganhando o dinheiro da lei do incentivo à cultura e está cobrando
um preço absurdo em detrimento da população pobre que não pode ver a peça. Eu já botei no meu espetáculo mil jovens de escolas públicas de graça porque eu quero, porque é uma decisão minha, de artista. Eu podia não fazer isso e viver tranquilamente, porque o teatro é uma arte que se sustenta pela bilheteria.
Marcelo Salles – Como é a reação, eu fiquei curioso?
É a coisa mais linda do mundo, nós já fizemos duas sessões exclusivas. E estou botando 50, 100 jovens no meio da platéia. Nas sessões exclusivas um cara que nunca viu nem peça infantil, nem entrou no teatro, assiste Hamlet e no final vem perguntar coisas incríveis: “Por que não mata logo esse cara?”, “Por que a mãe casou com ele?”.



Comentários

Postagens mais visitadas