Wagner Moura sobre "Praia do Futuro": "É mais do que o filme do cara gay"
Ator vive romance com outro homem no novo longa de Karim Aïnouz e defende naturalidade ao falar do assunto.
Wagner
Moura recebeu grandes amigos na pré-estreia de seu mais novo filme,
“Praia do Futuro”, na noite de segunda-feira (5), em um cinema do
Leblon.
A comemoração foi dividida pelo próprio ator em duas
sessões: na das 19h, nomes da lista de Wagner, como Du Moscovis e Renata
Sorrah, conferiram a história dirigida por Karim Aïnouz. Já às 21h,
depois de jantar em um restaurante da região, o ator recebeu Débora
Bloch, Juliano Cazarré, Nanda Costa, Maria Eduarda, entre outros.
No filme, Wagner interpreta o salva-vidas Donato,
que trabalha no perigoso mar da Praia do Futuro, em Fortaleza. Um dia,
Donato livra o turista alemão Konrad (Clemens Schick) de uma situação
extrema e os dois começam um romance.
Donato larga tudo no
Brasil, inclusive o irmão mais novo, Ayrton (Jesuíta Barbosa) e parte
para Berlim com o novo amor. “Ele deixa para trás uma criança e a vida
inteira, o que pra mim é muito difícil, porque eu sou pai de três
meninos, e ele abandona um menino. E o menino retorna para cobrar 10
anos depois”, contou Wagner ao iG.
O
relacionamento gay presente na ficção, segundo o ator, é apenas um
detalhe no meio de uma história tão complexa. Wagner tem cenas ousadas
com Clemens, aparece completamente nu, mas dá o tom certo do que merece
ser discutido em cada momento.
“Eu vejo duas formas de falar
disso. Uma: politicamente, falar de uma relação homossexual com
naturalidade é bom. A gente sabe que ainda existe preconceito pra
caramba, que homossexuais ainda são assassinados, mas eu acho que
politicamente é importante que se fale disso com naturalidade”, comentou
o ator.
Ele continou: “Eu falo disso com meus filhos com
naturalidade. Ou talvez não. Eu sou muito amigo de Jean Wyllys e talvez
ele discorde disso. Mas tem outra dimensão que é dramática,
dramatúrgica. Não seria justo dizer que o filme é do cara gay, porque é
muito mais do que isso. O fato de ser gay não é questão, problema. É
também a tônica, mas não é só isso”.
Jesuíta, revelação na série da Globo “Amores
Roubados” e premiadíssimo pelo longa “Tatuagem”, completou a resposta
sobre a mensagem de “Praia do Futuro”, que foi um dos dos indicados
deste ano à mostra competitiva do Urso de Ouro, no Festival de Cinema de
Berlim.
“O filme foi muito bem recebido lá. Ele
tem um tempo diferente, tem silêncios. O fim é muito delicado. Não tem
essa ovação, as pessoas recebem em outro ritmo. É aquele tipo de filme
que você tem que ver de novo, sabe? Você regurgita, depois você tenta
entender de novo. Eu gosto de ver novamente, e cada vez eu vejo um
negócio diferente”, disse.
O jovem ator, que está em seu segundo
longo trabalho, explicou um pouco mais sobre seu personagem. “Ayrton
aparece com uma sensação de abandono. Para o Donato é como um fantasma.
Ele aparece querendo saber o que aconteceu. Ao mesmo tempo, ele se vê em
um lugar diferente e começa a se questionar como homem. Não é só essa
relação de irmão para irmão. É dele com ele mesmo. Ele acaba entendendo o
porquê do irmão ter ido embora e cria novas questões”, falou.
E
além de saber lidar com os silêncios que o roteiro guarda, Wagner Moura
precisou superar outra dificuldade para o papel de Donato: o mar.
“Passei
muito tempo fazendo o treinamento com os salva-vidas da Praia do
Futuro, e é um treinamento bem duro. Eu não sabia nadar bem, e a praia é
muito perigosa. No Rio, eu comecei a fazer aula de natação, mas o
negócio mesmo foi lá, que eu nadei mesmo no mar. Foi dificílimo”,
afirmou.
Aulas de espanhol
O próximo
projeto de Wagner é uma série intitulada “Narcos”. A direção é do amigo
José Padilha, diretor de “Tropa de Elite 1 e 2”. “Se passa toda na
Colômbia e é sobre o Pablo Escobar”.
Para viver o traficante
colombiano, o ator está trabalhando pesado nas aulas de espanhol. “É
muito parecido com o português, e isso atrapalha muito, porque a gente
acha que sabe falar, mas não fala porra nenhuma em espanhol (risos)”,
brincou.
Fonte: Ig
Wagner Moura, qual é a verdade? Vc disse ou não disse que "não dá mais para morar no Brasil"? Se não disse, por que essa transcrição da entrevista consta em seu blog oficial sem qualquer ressalva?
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