Policiais gaúchos participam de "Tropa de Elite 2" e treinam atores para o filme


Policiais gaúchos participam de "Tropa de Elite 2" e treinam atores para o filme
Profissionais ficaram três meses no Rio de Janeiro e filmaram com Wagner Moura no novo filme de José Padilha

Pode-se dizer que a expressão "faca na caveira", uma das mais utilizadas em Tropa de Elite, se transformou em "faca na bota" e que o capitão Nascimento vai encarar uma "peleia das brabas" na sequência do bem-sucedido longa de 2007.

A troca se explica: um grupo de policiais gaúchos fez parte da equipe que treinou o elenco do novo filme de José Padilha e esteve ao lado de Wagner Moura e André Ramiro, entre outros.

O quarteto formado por Paulo Amaral, 36 anos, Gustavo Armellini, 34, Régis de Oliveira, 41, e Marcelo Ribeiro, 29 — o paulista do grupo —, foi escalado por Marcos do Val, do Centro Avançado em Técnicas de Imobilização (Cati), empresa que ministra cursos de aperfeiçoamento para policiais e que já treinou a polícia israelense, a Swat e equipes que atuam na Nasa e na segurança do Papa.

Durante o treinamento, que inclui técnicas de uso de armas, movimentação, condicionamento físico e estratégias de ação em áreas de risco, Padilha percebeu o melhor custo-benefício em utilizar, nas cenas de ação, pessoas que já trabalharam na polícia em vez de contar com eles apenas para auxiliar os atores. Uma seleção foi feita no site do Cati e, a partir 600 nomes, foram escolhidos cem.

— O que era para ser alguns dias de treinamento se transformou em meses de filmagem. O que os atores levariam dois a três dias para gravar nós fazíamos em uma tarde — explica Amaral, líder-geral do Cati no Brasil.

O grupo confessa que ficou deslumbrado com tudo o que viveu nos três meses que permaneceu nas comunidades dos morros cariocas. As últimas cenas de que participaram foram finalizadas em 29 de março, e algumas delas estão na internet.

Não clandestinamente, como ocorreu no primeiro Tropa de Elite, mas postadas pela própria produção do filme em site oficial. Helicópteros, tiros, bombas, tiros, carros pegando fogo, tiros — muitos tiros — estão tão presentes no enredo.

— O filme é fantástico. As pessoas vão perceber o salto de qualidade entre o primeiro e o segundo, não há dúvida — diz Amaral.

Um fato curioso: para "acertarem" nas cenas, os policiais tinham de "errar" as técnicas que aprenderam em anos na profissão. Amaral, há 19 anos na Brigada Militar, conta que não era raro o diretor pedir algo que não está nos manuais da polícia ou das táticas de combate.

— O Padilha estava com o filme pronto na cabeça. No início, tentamos argumentar dizendo o que estava certo e errado em determinadas cenas. Mas ele dizia: "o que está errado para vocês está certo para mim".

Agora, as milícias cariocas

José Padilha admite que filma para provocar polêmica e animar discussões. Se Tropa de Elite tinha como tema a corrupção e a violência da polícia no combate ao crime, Tropa 2 — escrito por Bráulio Mantovani com base em argumento de Padilha, Rodrigo Pimentel e do próprio Mantovani — será sobre as milícias, o papel e a responsabilidade do Estado para com o cidadão.

Filmado nas comunidades de Santa Marta e de Ramos, na base do Bope e em outras locações do Rio de Janeiro, o elenco traz as caras conhecidas do primeiro filme, como Wagner Moura, Maria Ribeiro, André Matias e Milhem Cortaz. Mas há novidades: Pedro Van Held, como o filho de Nascimento; a gaúcha Tainá Müller, interpretando uma repórter; e o antagonista, vivido por Irandhir Santos.

Tropa de Elite 2 tem previsão de lançamento nacional para o segundo semestre deste ano.
ZEROHORA.COM

Fonte: Zero Hora

Comentários

Postagens mais visitadas