Wagner Moura: "UPP deve ser vista como um meio, não como um fim"
“A PM do Rio tem que acabar”. Esta é uma das muitas frases polêmicas do Capitão Nascimento, personagem vivido por Wagner Moura em “Tropa de Elite 2”. No filme, o ex-capitão do Bope, agora subsecretário de segurança do Rio, faz severas criticas a esquemas de corrupção, tanto na polícia quanto nos setores mais burocráticos do governo. Em entrevista exclusiva ao EXTRA, o ator solta o verbo: reafirma que muitas das situações retratadas no filme podem ser vistas no dia a dia, fala sobre o sentimento que o longa-metragem despertou na população e opina sobre uma das maiores bandeiras da área de segurança, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
— A UPP é boa, mas deve ser vista como um meio, não como um fim — diz o ator, alertando que o programa pode se tornar uma espécie de milícia: — O perigo é que aquelas comunidades sejam dominadas por aquela polícia.
Em uma entrevista coletiva na última quinta-feira, o verdadeiro comandante do Bope, o tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, disse que “Tropa de Elite 2” pode confundir a população por misturar elementos da ficção e da vida real, e que, assim, muitas conclusões erradas podem ser tiradas.
Wagner Moura tem outra opinião sobre o filme:
— O filme é de ficção por mais que tenha uma estética documental. Mas o que é retratado no produção acontece na vida real de uma maneira geral — afirma Moura.
O comandante do Bope disse que não gostou do filme porque mistura ficção e realidade, e pode passar uma noção de realidade distorcida. Você concorda?
Moura: Ele está fazendo uma confusão estética. O filme é de ficção, por mais que tenha uma estética documental. Mas o que é retratado no filme acontece na vida real de uma maneira geral. Existe milícia? Existe. Existe polícia corrupta? Existe. O Bope é uma polícia violenta? É. Há uma ingerência dos políticos na vida dos policiais? Há. Há uma ingerência do poder público na questão das milícias? Há. O filme, neste sentido, não está dizendo nada que não exista. É baseado em fatos reais.
Como tem sido a repercussão de "Tropa de Elite 2" em comparação ao primeiro filme?
Moura: Este filme tem causado uma comoção, uma catarse cívica, que o primeiro não causou. As pessoas viam aqueles políticos (ligados à milícia), a reação do Nascimento (que agrediu um deles no filme), e se identificaram bastante. O que não significa que o que tenha acontecido no filme tenha acontecido na realidade. Mas as situações criadas no filme, de uma certa forma, existem, não há como negar.
A principal bandeira da área de segurança — a UPP — tem por objetivo quebrar o sistema regido pelo tráfico. Você tem alguma opinião formada sobre a UPP?
Moura: A UPP é boa, mas deve ser vista como um meio, e não como um fim. A gente não pode achar que a UPP é uma solução. É o Estado se fazendo presente em localidades historicamente negligenciadas por meio de sua polícia. É um bom começo. Mas se não se fizer presente de outras formas, como saneamento básico, hospitais, escolas, o perigo é que aquelas comunidades sejam dominadas por aquela polícia.
Nesse sentido, a UPP pode virar um sistema semelhante ao adotado pelas milícias?
Moura: Pode sim. Ou outra coisa diferente que a gente não sabe o que é ainda. O sistema certamente se recria.
Fonte: Extra Online
— A UPP é boa, mas deve ser vista como um meio, não como um fim — diz o ator, alertando que o programa pode se tornar uma espécie de milícia: — O perigo é que aquelas comunidades sejam dominadas por aquela polícia.
Em uma entrevista coletiva na última quinta-feira, o verdadeiro comandante do Bope, o tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, disse que “Tropa de Elite 2” pode confundir a população por misturar elementos da ficção e da vida real, e que, assim, muitas conclusões erradas podem ser tiradas.
Wagner Moura tem outra opinião sobre o filme:
— O filme é de ficção por mais que tenha uma estética documental. Mas o que é retratado no produção acontece na vida real de uma maneira geral — afirma Moura.
O comandante do Bope disse que não gostou do filme porque mistura ficção e realidade, e pode passar uma noção de realidade distorcida. Você concorda?
Moura: Ele está fazendo uma confusão estética. O filme é de ficção, por mais que tenha uma estética documental. Mas o que é retratado no filme acontece na vida real de uma maneira geral. Existe milícia? Existe. Existe polícia corrupta? Existe. O Bope é uma polícia violenta? É. Há uma ingerência dos políticos na vida dos policiais? Há. Há uma ingerência do poder público na questão das milícias? Há. O filme, neste sentido, não está dizendo nada que não exista. É baseado em fatos reais.
Como tem sido a repercussão de "Tropa de Elite 2" em comparação ao primeiro filme?
Moura: Este filme tem causado uma comoção, uma catarse cívica, que o primeiro não causou. As pessoas viam aqueles políticos (ligados à milícia), a reação do Nascimento (que agrediu um deles no filme), e se identificaram bastante. O que não significa que o que tenha acontecido no filme tenha acontecido na realidade. Mas as situações criadas no filme, de uma certa forma, existem, não há como negar.
A principal bandeira da área de segurança — a UPP — tem por objetivo quebrar o sistema regido pelo tráfico. Você tem alguma opinião formada sobre a UPP?
Moura: A UPP é boa, mas deve ser vista como um meio, e não como um fim. A gente não pode achar que a UPP é uma solução. É o Estado se fazendo presente em localidades historicamente negligenciadas por meio de sua polícia. É um bom começo. Mas se não se fizer presente de outras formas, como saneamento básico, hospitais, escolas, o perigo é que aquelas comunidades sejam dominadas por aquela polícia.
Nesse sentido, a UPP pode virar um sistema semelhante ao adotado pelas milícias?
Moura: Pode sim. Ou outra coisa diferente que a gente não sabe o que é ainda. O sistema certamente se recria.
Fonte: Extra Online
Tive a oportunidade de assistir o "Tropa de Elite 2" e me emocionei muito.Creio que a discussão que está sendo exposta por críticos,jornalistas,enfim,pessoas,está direcionada para o foco errado.Será que importa,modifica alguma coisa o fato de que o enredo foi baseado (ou não) em situações fáticas?Estou muito mais preocupada,assim como Roberto Nascimento,com o envolvimento crescente de policiais,servidores públicos de "alta patente" e políticos inescrupulosos nessas tais milícias.Uma comunidade não deveria ser vítima de um 'governo repressor' autônomo e,por que não dizer,soberano ao extremo,em face do próprio país.Pode parecer breguice,mas tais indivíduos deveriam nos proteger.Talvez esteja na hora de darmos um basta,exterminar de vez esses 'justiceiros fakes'.O Brasil merece mais.
ResponderExcluirAssisti ao filme, pretendo ver novamente (: adoro o Nascimento, vejo que o Wagner se doou inteiramente a este personagem, oq faz dele cada dia melhor !!!
ResponderExcluirÉ o melhor filme que retrata a realidade brasileira, em que a sociedade pode ver os dois lados dessa realidade e em ambos os lados (o lado dos reprimidos por nascer/conviver no crime, o lado dos poucos representantes do Estado que ainda vivem pela ética) podemos entender a mensagem identica: O grito de socorro!!
Amei tropa de elite 2, muito muito bom! E concordo com a amiga ali, Wagner Se doou inteiramente á este personagem... Foi o melhor filme nacional que já assisti, tanto que já fui 2x no cinema! PARABÊNS!
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