Wagner Moura sai da tropa de elite e cai na ficção científica
Com entusiasmo renovado, o diretor Cláudio Torres filma 'O Homem do Futuro', sobre um cientista maluco
Wagner Moura, de avental branco, com o diretor e elenco no Centro Nacionaol de Pesquisa em Energia
O ator admite sentir grande prazer neste retorno à comédia, que não fazia desde Saneamento Básico, de Jorge Furtado. "O clima neste set é uma delícia", define. Se estivesse trabalhando num drama pesado, ele não tem muita certeza de que resistiria. Wagner é papai recente (pela segunda vez). Morre de saudades do bebê. O que ajuda é a descontração no set de filmagens e as idas ao Rio, sempre que a produção lhe dá uma folga. O Homem do Futuro está sendo feito em Paulínia (e áreas próximas). Neste sábado, em especial, o set está instalado num local impressionante, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais.
Partículas. É um conjunto que reúne três laboratórios abertos à comunidade científica e empresarial. A filmagem ocorre no de Luz Sincrotron, que opera o único acelerador de partículas da América Latina (e um dos maiores do mundo). Aqui é possível utilizar raios-X e raios ultravioletas em estudos de materiais avançados, de Nanociência e Biotecnologia. Na ficção imaginada pelo diretor Cláudio Torres - que trabalha a partir de um argumento original -, o cientista Wagner Moura cria, acidentalmente, durante uma experiência, um buraco negro que vai lhe permitir viajar no tempo.
No presente, ele é um homem amargurado - desde uma certa festa, na qual perdeu o amor de sua vida, quando ainda cursava a faculdade. E, agora, ele volta àquele dia - durante uma festa de fantasias -, com a possibilidade de mudar o próprio futuro.
"O filme é uma comédia romântica que flerta com a ficção científica", explica o diretor, filho de Fernanda Montenegro e Fernando Torres. Quando garoto, Cláudio era um voraz leitor de ficção científica. Jules Verne, H.G. Wells, Isaac Asimov. Os pais nunca contestaram seu gosto, felizes de ver o filho lendo. Mas um dia lhe passaram um livro - Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.
Depois de A Mulher Invisível, Cláudio Torres parece ter encontrado sua praia. O filme comercial, como opção estética e algumas - muitas? - ideias. Para o ator Wagner Moura, a pergunta é inevitável - e o novo Tropa de Elite, que estreia em 8 de outubro?
"Para o meu gosto pessoal, o 2 está melhor do que o 1." Palavra de Wagner Moura, que atiça ainda mais a curiosidade pelo novo filme de José Padilha.
Fantasia futurista
Escorado no sucesso de A Mulher Invisível - que ultrapassou 2 milhões de espectadores -, Cláudio Torres realiza O Homem do Futuro com apuro formal e entusiasmo de principiante. "Gosto desse formato de comédia romântica, que aqui flerta com a ficção científica. Produtores e distribuidores ficam contentes com a perspectiva de novo sucesso de bilheteria e eu tenho espaço para dizer algumas coisas que me interessam."
O filme é um pouco o De Volta para o Futuro e também O Exterminador do Futuro de Cláudio Torres. Tem efeitos - poucos, mas tem. A trama é centrada nos personagens e nas relações. "É um típico filme construído em três atos. No primeiro, apresento os personagens e a situação geral. No segundo, o protagonista muda sua trajetória e sofre as consequências. No terceiro, há a solução." A história é a desse sujeito amargurado, um cientista obscuro cuja vida virou uma m... desde que ele sofreu um bullying na faculdade e perdeu a mulher que amava. De volta ao próprio passado, ele consegue mudar seu futuro. Vira o maior canalha, mas fica rico e poderoso. Na verdade, chega um momento em que o herói tem de brigar consigo mesmo para reencontrar o jovem idealista que foi, pois o fato de ser rico não lhe garantiu a mulher. Ela não aguentou conviver com o monstro em que ele se transformou.
A cena filmada no sábado é relativamente simples. A câmera acompanha Maria Luiza Mendonça e Wagner Moura que caminham um longo percurso, ao longo do anel que circunda o acelerador de partículas no Laboratório Nacional de Luz Sincrotron. Eles caminham, e falam - ou, melhor, discutem. Param, e o teor das vozes aumenta. O travelling é repetido algumas vezes. A produção é interrompida para o almoço. Na volta, Cláudio filma os planos próximos de Maria Luiza e Wagner para inserir no plano sequência, cortando-o. Ele anuncia que o filme será uma combinação do visual de O Redentor com A Mulher Invisível. "Delirante como O Redentor, mas sem aquele caráter sombrio; a cor e a cenografia estão mais próximas de A Mulher ."
Boa parte da trama passa-se durante a festa de fantasias em que o jovem Wagner Moura sofreu seu bullying, sendo humilhado pelos colegas. O personagem é chamado de ‘Zero’. Num determinado momento, o humilhado Zero, para não ser identificado, fantasia-se de múmia. "Yurica (NR: a cenógrafa e figurinista Yurica Yamazaki, irmã de Tizuka) está fazendo um trabalho da maior competência", diz o diretor. A própria Yurica está no set, mas neste dia não pode intervir no cenário - como introduzir detalhes visuais no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais. O detalhe divertido pertence mais ao figurino. Wagner Moura ostenta uma barriguinha (falsa). E ele põe e tira a barriga. "Tire a sua", o ator provoca o repórter.
Maria Luiza curte o papel. Ela acaba de fazer um dona de bordel no longa, parcialmente autobiográfico, que assinala o retorno de Arnaldo Jabor à direção, 26 anos após Eu Sei Que Vou Te Amar (e 20 depois do curta Carnaval). O título é Suprema Felicidade. Uma dona de bordel seguida da reitora de uma universidade? "Gosto de mudar de papéis, de tentar coisas novas. Seria muito aborrecido ficar repetindo sempre o mesmo personagem." Carioca, Maria Luiza está morando de novo, há alguns anos, no Rio. Mora no alto do Humaitá, numa área bem residencial. "Com a proximidade da mata, minha casa tem até alguns macacos, que aparecem por lá." Mas ela não dispensa São Paulo. "Adoro a cidade, sua vida cultural, a movimentação. Sempre que posso, dou um pulinho por lá."
A produção foi planejada para ser rodada em cinco semanas. O sábado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é o 16.º dia de filmagem. Cláudio Torres e sua equipe têm só 24 horas durante as quais, a cada dois meses, o sistema de aceleração de partículas passa pela manutenção. O sistema não é desativado, mas eliminam-se os riscos de contaminação por raios X e ultravioleta. Daqui a pouco, Maria Luiza vai avançar, histérica, aos gritos, pela ponte sobre o acelerador. Isso seria inviável num dia normal.
O sistema é todo de alta segurança, informa o assessor de imprensa do Centro. Coisa de Primeiro Mundo - e, aliás, muitos cientistas e técnicos estrangeiros utilizam os serviços do CNPEM. Cláudio Torres não poderia ter encontrado cenário mais adequado para sua fantasia futurista. Nem ator. Ele admite que escreveu O Homem do Futuro para Wagner Moura. "Gostava de imaginar o Wagner dizendo as falas, mas ele me surpreende. Diz ainda melhor do que havia imaginado."
Wagner Moura está feliz da vida de voltar a fazer comédia. Em conversa com o repórter do Estado, ele conta como é trabalhar com Cláudio Torres, que escreveu o papel do cientista maluco, em O Homem do Futuro, especialmente para ele. E isso aumenta ainda mais a expectativa por Tropa de Elite 2.
Como é voltar à comédia?
Ah, é uma delícia. Estou apaixonado pelo Cláudio (Torres). O set dele é levado no maior profissionalismo, mas num clima ameno. E o Cláudio é um cara muito gentil. Motiva a equipe sem estresse. Desde Saneamento Básico que eu não fazia comédia. Estava precisando. Aliás, o Jorge (Furtado, diretor do outro filme) também é muito gentil. Isso transparece nos filmes dele.
Como é fazer três personagens num filme que Cláudio Torres escreveu para você?
É muito confortável, mas os três personagens, na verdade, são um só. Interpreto o mesmo homem em três diferentes momentos. O jovem que ele foi, o adulto amargurado em que se transformou e o canalha que vira ao conseguir mudar seu passado. Mas resisti à tentação de fazer cada um desses personagens diferente do outro. O que me interessou foi dar a unidade, o que eles têm em comum, não de diferente.
Você é papai recente. Como está reagindo a essa distância forçada da família, logo agora?
Olha, se eu estivesse num set mais pesado, fazendo um drama, acho que não resistiria. Sempre que posso, vou ao Rio, mas é um bate e volta. O que me ajuda é o clima ameno deste set e o próprio filme. Desde que li o roteiro, O Homem do Futuro é um filme que quis fazer. Aliás, que estou adorando fazer. Vai ser um filme maneiro, pode escrever.
E o Tropa de Elite 2?
É extraordinário, cara. Passaram-se 15 anos, o meu personagem está mais maduro. Antes ele era impulsivo, agora reflete mais. O próprio (José) Padilha está mais maduro como diretor, filmando muito melhor. Eu acho que o filme vai surpreender bastante.
Mas vocês não sentiram a cobrança de ter de fazer um filme de grande sucesso?
Nunca houve pressão sobre a gente. Havia a expectativa de que surgisse o Tropa 2, mas não fizemos esse filme para os outros. O Zé (Padilha) encontrou um viés para contar essa história de outra maneira, refletindo sobre a violência no Rio. É o que importa. Gosto muito do primeiro filme, mas esse é mais reflexivo. É mais maduro, aguarde.
No intervalo entre os Tropas, você fez Hamlet no teatro. Como avalia a experiência?
Cara, não gosto de dizer que um papel mudou minha vida. Afinal, todo papel é sempre um tijolo numa construção. Mas o Hamlet foi fundamental. Fiz com amigos que admiro, com o (diretor) Aderbal Freire-Filho, a quem respeito. Como processo, foi a coisa mais marcante que já fiz. E o Shakespeare é f..., meu irmão. Todo dia ficar dizendo o texto dele. E não um texto qualquer. Era o Hamlet! Não dá para não se transformar.
Partículas. É um conjunto que reúne três laboratórios abertos à comunidade científica e empresarial. A filmagem ocorre no de Luz Sincrotron, que opera o único acelerador de partículas da América Latina (e um dos maiores do mundo). Aqui é possível utilizar raios-X e raios ultravioletas em estudos de materiais avançados, de Nanociência e Biotecnologia. Na ficção imaginada pelo diretor Cláudio Torres - que trabalha a partir de um argumento original -, o cientista Wagner Moura cria, acidentalmente, durante uma experiência, um buraco negro que vai lhe permitir viajar no tempo.
No presente, ele é um homem amargurado - desde uma certa festa, na qual perdeu o amor de sua vida, quando ainda cursava a faculdade. E, agora, ele volta àquele dia - durante uma festa de fantasias -, com a possibilidade de mudar o próprio futuro.
"O filme é uma comédia romântica que flerta com a ficção científica", explica o diretor, filho de Fernanda Montenegro e Fernando Torres. Quando garoto, Cláudio era um voraz leitor de ficção científica. Jules Verne, H.G. Wells, Isaac Asimov. Os pais nunca contestaram seu gosto, felizes de ver o filho lendo. Mas um dia lhe passaram um livro - Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.
Depois de A Mulher Invisível, Cláudio Torres parece ter encontrado sua praia. O filme comercial, como opção estética e algumas - muitas? - ideias. Para o ator Wagner Moura, a pergunta é inevitável - e o novo Tropa de Elite, que estreia em 8 de outubro?
"Para o meu gosto pessoal, o 2 está melhor do que o 1." Palavra de Wagner Moura, que atiça ainda mais a curiosidade pelo novo filme de José Padilha.
Fantasia futurista
Escorado no sucesso de A Mulher Invisível - que ultrapassou 2 milhões de espectadores -, Cláudio Torres realiza O Homem do Futuro com apuro formal e entusiasmo de principiante. "Gosto desse formato de comédia romântica, que aqui flerta com a ficção científica. Produtores e distribuidores ficam contentes com a perspectiva de novo sucesso de bilheteria e eu tenho espaço para dizer algumas coisas que me interessam."
O filme é um pouco o De Volta para o Futuro e também O Exterminador do Futuro de Cláudio Torres. Tem efeitos - poucos, mas tem. A trama é centrada nos personagens e nas relações. "É um típico filme construído em três atos. No primeiro, apresento os personagens e a situação geral. No segundo, o protagonista muda sua trajetória e sofre as consequências. No terceiro, há a solução." A história é a desse sujeito amargurado, um cientista obscuro cuja vida virou uma m... desde que ele sofreu um bullying na faculdade e perdeu a mulher que amava. De volta ao próprio passado, ele consegue mudar seu futuro. Vira o maior canalha, mas fica rico e poderoso. Na verdade, chega um momento em que o herói tem de brigar consigo mesmo para reencontrar o jovem idealista que foi, pois o fato de ser rico não lhe garantiu a mulher. Ela não aguentou conviver com o monstro em que ele se transformou.
A cena filmada no sábado é relativamente simples. A câmera acompanha Maria Luiza Mendonça e Wagner Moura que caminham um longo percurso, ao longo do anel que circunda o acelerador de partículas no Laboratório Nacional de Luz Sincrotron. Eles caminham, e falam - ou, melhor, discutem. Param, e o teor das vozes aumenta. O travelling é repetido algumas vezes. A produção é interrompida para o almoço. Na volta, Cláudio filma os planos próximos de Maria Luiza e Wagner para inserir no plano sequência, cortando-o. Ele anuncia que o filme será uma combinação do visual de O Redentor com A Mulher Invisível. "Delirante como O Redentor, mas sem aquele caráter sombrio; a cor e a cenografia estão mais próximas de A Mulher ."
Boa parte da trama passa-se durante a festa de fantasias em que o jovem Wagner Moura sofreu seu bullying, sendo humilhado pelos colegas. O personagem é chamado de ‘Zero’. Num determinado momento, o humilhado Zero, para não ser identificado, fantasia-se de múmia. "Yurica (NR: a cenógrafa e figurinista Yurica Yamazaki, irmã de Tizuka) está fazendo um trabalho da maior competência", diz o diretor. A própria Yurica está no set, mas neste dia não pode intervir no cenário - como introduzir detalhes visuais no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais. O detalhe divertido pertence mais ao figurino. Wagner Moura ostenta uma barriguinha (falsa). E ele põe e tira a barriga. "Tire a sua", o ator provoca o repórter.
Maria Luiza curte o papel. Ela acaba de fazer um dona de bordel no longa, parcialmente autobiográfico, que assinala o retorno de Arnaldo Jabor à direção, 26 anos após Eu Sei Que Vou Te Amar (e 20 depois do curta Carnaval). O título é Suprema Felicidade. Uma dona de bordel seguida da reitora de uma universidade? "Gosto de mudar de papéis, de tentar coisas novas. Seria muito aborrecido ficar repetindo sempre o mesmo personagem." Carioca, Maria Luiza está morando de novo, há alguns anos, no Rio. Mora no alto do Humaitá, numa área bem residencial. "Com a proximidade da mata, minha casa tem até alguns macacos, que aparecem por lá." Mas ela não dispensa São Paulo. "Adoro a cidade, sua vida cultural, a movimentação. Sempre que posso, dou um pulinho por lá."
A produção foi planejada para ser rodada em cinco semanas. O sábado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é o 16.º dia de filmagem. Cláudio Torres e sua equipe têm só 24 horas durante as quais, a cada dois meses, o sistema de aceleração de partículas passa pela manutenção. O sistema não é desativado, mas eliminam-se os riscos de contaminação por raios X e ultravioleta. Daqui a pouco, Maria Luiza vai avançar, histérica, aos gritos, pela ponte sobre o acelerador. Isso seria inviável num dia normal.
O sistema é todo de alta segurança, informa o assessor de imprensa do Centro. Coisa de Primeiro Mundo - e, aliás, muitos cientistas e técnicos estrangeiros utilizam os serviços do CNPEM. Cláudio Torres não poderia ter encontrado cenário mais adequado para sua fantasia futurista. Nem ator. Ele admite que escreveu O Homem do Futuro para Wagner Moura. "Gostava de imaginar o Wagner dizendo as falas, mas ele me surpreende. Diz ainda melhor do que havia imaginado."
Wagner Moura está feliz da vida de voltar a fazer comédia. Em conversa com o repórter do Estado, ele conta como é trabalhar com Cláudio Torres, que escreveu o papel do cientista maluco, em O Homem do Futuro, especialmente para ele. E isso aumenta ainda mais a expectativa por Tropa de Elite 2.
Como é voltar à comédia?
Ah, é uma delícia. Estou apaixonado pelo Cláudio (Torres). O set dele é levado no maior profissionalismo, mas num clima ameno. E o Cláudio é um cara muito gentil. Motiva a equipe sem estresse. Desde Saneamento Básico que eu não fazia comédia. Estava precisando. Aliás, o Jorge (Furtado, diretor do outro filme) também é muito gentil. Isso transparece nos filmes dele.
Como é fazer três personagens num filme que Cláudio Torres escreveu para você?
É muito confortável, mas os três personagens, na verdade, são um só. Interpreto o mesmo homem em três diferentes momentos. O jovem que ele foi, o adulto amargurado em que se transformou e o canalha que vira ao conseguir mudar seu passado. Mas resisti à tentação de fazer cada um desses personagens diferente do outro. O que me interessou foi dar a unidade, o que eles têm em comum, não de diferente.
Você é papai recente. Como está reagindo a essa distância forçada da família, logo agora?
Olha, se eu estivesse num set mais pesado, fazendo um drama, acho que não resistiria. Sempre que posso, vou ao Rio, mas é um bate e volta. O que me ajuda é o clima ameno deste set e o próprio filme. Desde que li o roteiro, O Homem do Futuro é um filme que quis fazer. Aliás, que estou adorando fazer. Vai ser um filme maneiro, pode escrever.
E o Tropa de Elite 2?
É extraordinário, cara. Passaram-se 15 anos, o meu personagem está mais maduro. Antes ele era impulsivo, agora reflete mais. O próprio (José) Padilha está mais maduro como diretor, filmando muito melhor. Eu acho que o filme vai surpreender bastante.
Mas vocês não sentiram a cobrança de ter de fazer um filme de grande sucesso?
Nunca houve pressão sobre a gente. Havia a expectativa de que surgisse o Tropa 2, mas não fizemos esse filme para os outros. O Zé (Padilha) encontrou um viés para contar essa história de outra maneira, refletindo sobre a violência no Rio. É o que importa. Gosto muito do primeiro filme, mas esse é mais reflexivo. É mais maduro, aguarde.
No intervalo entre os Tropas, você fez Hamlet no teatro. Como avalia a experiência?
Cara, não gosto de dizer que um papel mudou minha vida. Afinal, todo papel é sempre um tijolo numa construção. Mas o Hamlet foi fundamental. Fiz com amigos que admiro, com o (diretor) Aderbal Freire-Filho, a quem respeito. Como processo, foi a coisa mais marcante que já fiz. E o Shakespeare é f..., meu irmão. Todo dia ficar dizendo o texto dele. E não um texto qualquer. Era o Hamlet! Não dá para não se transformar.
Fonte: Estadão.com.br
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