Um outro Hamlet
Pelo prazer de produzir e atuar em um espaço considerado único, Wagner Moura volta para o teatro com Hamlet.
"Quando estou aqui - em cima do palco, dentro do teatro - me entendo como ator, e lembro porque escolhi isso para mim", conta o ator, também protagonista da peça e profundo admirador dos palcos.
"Lugar como o teatro não há igual em nenhum canto." Rodeado por amigos e conhecidos de outros trabalhos, Wagner - que atingiu monstruosa visibilidade em 2007 depois de viver nas telonas o Capitão Nascimento - admite o quão gratificante é poder escolher com quem trabalhar e que, dificilmente, seria chamado para um papel deste porte.
"Mas já que estou produzindo aproveito para me cercar de pessoas de que gosto. Assim fica muito mais fácil de trabalhar", comenta.
Difícil demais?
Apesar de haver tantos Hamlets no teatro ou cinema quanto McDonald's por todo mundo - segundo a opinião do diretor Aderbal Freire Filho - para algumas pessoas o texto pode assustar e afugentar, tamanha é a sua complexidade, muito embora Wagner Moura ainda ache que não se trata de algo difícil demais para os dias hoje.
"Se há 600 anos, quando esta peça foi exibida pela primeira vez, as pessoas já de dividiam entre lutas de urso e a ida ao teatro, acredito que hoje não seja tão complicado assim para quem queira ver Hamlet", explica o ator, que sabe que este personagem não terá a mesma visibilidade do Capitão Nascimento das telonas, porém...
"Se todos aqueles que assistiram Tropa de Elite fossem ao teatro ver esta peça, seria algo fantástico."
Por trás do espetáculo
Os ensaios começaram em janeiro e estrear em São Paulo foi uma opção do grupo, devido à importância que o teatro tem na capital paulista. O Rio de Janeiro também receberá a trupe em breve. Wagner explica que ninguém tem nada contra o Rio, mas que de fato há por lá uma tendência por comédias em teatros de shoppings centers, e que os paulistas são mais versáteis e receptivos por tramas como a de Hamlet. Em conjunto, Wagner e Aderbal trabalharam na tradução do texto Shakesperiano. "A tradução é fidelíssim ao original, é poética sem ser rebuscada", diz Aderbal.
Outras coisinhas sobre Wagner
Você é contra a imprensa de celebridade?
Não acho tudo abusivo e nem estou colocando toda a imprensa em um saco de gato. Sou jornalista, sei como a coisa funciona, mas tem que haver uma separação. Quem não está a fim daquele jogo dever ser respeitado.
Tem aversão em dar satisfações pessoais para a imprensa?
Não tenho nenhum problema em falar com ninguém. Sou contra o desrespeito. A gente pode exigir um tratamento diferenciado para cada tipo de artista. Discordo da ideia de que as pessoas gostam de programação de baixo nível. A maioria não quer ver esse tipo de coisa na TV.
Então, qual o limite?
Acho que é perceber a atitude de cada um. Qualquer dia os caras vão chegar dando uma paulada na cabeça do artista e fazendo disso em frente às câmeras uma coisa engraçada. Isso é divertido? Será que vale tudo por dinheiro?!
Fonte: revista Flash News
Texto editado por Andressa Santos
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