Protagonista de 'Tropa de Elite', Wagner Moura diz que novela e filme o deixaram esgotado



Wagner Moura, de 31 anos, titubeia quando questionado se ter feito o Capitão Nascimento e o mau-caráter Olavo no mesmo ano foi positivo. Esgotado e com a barba por fazer, ele pensa duas vezes antes dar a resposta.

- Foi ótimo, não teria como dizer que não, mas estou muito cansado mesmo - confessa Wagner, que, pacientemente, atendeu a sete equipes de TV e a cerca de 50 jornalistas que se tumultuaram na exibição para convidados do longa-metragem "Tropa de elite" no Kinoplex Itaim, na zona sul de São Paulo.

O evento era só um da maratona que enfrentou na cidade para a divulgação do filme, que estendeu a superexposição garantida por causa do sucesso de seu personagem em "Paraíso tropical", graças à pirataria e as discussões sobre o discurso polêmico de "Tropa". Anteontem, o ator gravou o programa "Altas Horas" e conversou, por telefone, com jornalistas de fora do eixo Rio-São Paulo. Ontem, ainda iria à "pós-estréia" do longa no Cine Leblon, no Rio de Janeiro.
Rotina estafante

- Tem sido bem pesado. Desde a estréia eu não consegui parar - reclama o ator, que encara a rotina estafante desde a abertura do Festival do Rio, em 20 de setembro, quando a produção foi exibida pela primeira vez.

- Capitão Nascimento vai me marcar por muitos motivos. Antes das filmagens, pelo processo de preparação para o personagem, que incluiu um treinamento intensivo com ex-oficiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Depois, pela repercussão inédita que ele causou.

O ator já perdeu as contas de quantas vezes já defendeu o filme, acusado de fazer apologia à tortura. Discursou até mais do que viu (ele assistiu ao longa duas vezes). De férias a partir de hoje, talvez possa se igualar aos entusiastas de Nascimento. Isso, é claro, se tiver pique de enfrentá-los nas filas de cinema.

Enquanto Wagner Moura parte para as férias, o restante do elenco de "Tropa" continua nesta semana o trabalho de divulgação do longa pelo resto do país - lançado no Rio e São Paulo no dia 5, ele estréia nas outras praças neste fim de semana. O diretor José Padilha também continua a agenda. - Vamos manter o trabalho com tudo - diz Marcos Prado, produtor da fita, que atingiu cerca 180 mil espectadores no fim de semana de estréia.

- Achamos um número bom - atesta Padilha, que é mais otimista que Wagner quando o assunto é a pirataria - o filme era vendido no camelô antes de seu lançamento.

- Nunca saberemos se poderia ter levado 250 mil aos cinemas.

Fonte: O Globo Online

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