Wagner Moura vai interpretar o ex-presidente Juscelino Kubitschek na juventude


Wagner Moura mal teve tempo de curtir a nova condição de queridinho do público feminino, recentemente conquistada com Gustavo, protagonista da novela A Lua Me Disse. Menos de um mês depois do término da novela, ele já fez as malas e seguiu para a cidade mineira de Tiradentes junto com a equipe da minissérie JK, que estréia em 3 de janeiro, para rodar as primeiras cenas da fase jovem do presidente Juscelino Kubitschek - a fase adulta caberá a José Wilker.

E a segurança de quem já não nega a condição de protagonista é a mesma com que Wagner constrói, à sua maneira, um personagem histórico como o ex-presidente.

"Há limites a serem respeitados, mas é instigante. De qualquer forma, é um trabalho de criação e, mesmo que não se possa extrapolar, não acho limitado", pondera.

Como se não bastasse viver uma figura história da qual muita gente ainda tem lembrança, Wagner terá que interpretar a fase jovem de um personagem que, mais tarde, será vivido por um ator experiente como José Wilker. Como bom baiano, Wagner nem se preocupa. A tal ponto que ele confessa que sequer conversou com Wilker para que trocassem informações sobre expressões ou trejeitos de Juscelino que pudessem dar maior coerência ao personagem.

Conversas à parte, Wagner vai fazendo o seu dever de casa no que diz respeito a estudar o papel.

"Os registros que a gente tem são de depois que ele se tornou presidente. Mas dá para ver que ele passava muito a mão no cabelo, sacudia muito o pé, era inquieto", define.

A participação de Wagner Moura irá se estender entre os capítulos dois e 17, de um total de 47 da minissérie. Nesse período, serão mostrados a juventude difícil de Juscelino Kubitschek em Diamantina, seus estudos em Medicina, em Belo Horizonte, o encontro com a futura mulher Sarah, e sua nomeação para prefeito da capital mineira na década de 1940.

Para viver os momentos menos conhecidos da vida do ex-presidente, Wagner Moura, mais do que estudar os trejeitos do personagem, admite que precisou conhecer melhor sua história.

"Eu estudei bastante as biografias dele, o período político da época, principalmente a revolução de 30", conta.

Se tem a ver com sua "baianidade" ou com o fato de as gravações estarem sendo feitas na bucólica Tiradentes, certo é que Wagner tem achado tranqüilo tudo o que envolve o trabalho na minissérie. Além disso, com as gravações tendo começado cerca de três meses antes da estréia, também o tempo tem sido melhor aproveitado.

Muito associado ao cinema - já participou de filmes como Abril Despedaçado, Carandiru e O Caminho das Nuvens -, Wagner garante que tem se sentido à vontade em uma produção que prima pelo maior cuidado com a qualidade.

"A gente está gravando devagar, sem aquele ritmo louco dos estúdios, com muito cuidado, com um tempo de cinema. Está sendo muito bacana", avalia.

Apesar de poder trabalhar com mais calma na minissérie, Wagner Moura confessa que é cansativo emendar dois trabalhos seguidos na tevê. O ator garante que, depois de gravar sua participação em JK, irá descansar.

Ainda assim, ele já antecipa que, em 2006, pretende "dar um tempo" da tevê para se dedicar ao teatro, possivelmente através de uma montagem em sua cidade natal, Salvador.

"Agora eu quero fazer teatro. Tenho um projeto bem antigo, que ainda estou estudando, mas é possível que eu faça alguma coisa envolvendo direção teatral", adianta.

Depois de diversos filmes densos e de mostrar seu lado cômico no seriado "Sexo Frágil", virar galã fazendo um personagem sério em uma novela das sete não era exatamente o que Wagner Moura esperava. O ator, contudo, não foge ao rótulo.

"Nunca pensei em ser galã, não tenho muito esse perfil, mas acho bacana. O barato do ator é mesmo fazer coisas diferentes das que já fez", desconversa.

Fonte: Terra

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