Wagner Moura afirma que Ancine censurou estreia de "Marighella"


Cinebiografia do guerrilheiro comunista estava prevista para chegar aos cinemas em 20 de novembro de 2019


Wagner Moura, diretor de Marighella, voltou a fazer grandes críticas à Agência Nacional do Cinema, a Ancine, em uma entrevista ao UOL. De acordo com o artista, a cinebiografia do guerrilheiro comunista foi censurada pelo governo após entraves burocráticos impedirem sua estreia no Brasil: 

— A Ancine censurou o filme. É uma censura diferente, que usa instrumentos burocráticos para dificultar produções das quais o governo discorda. Não tenho a menor dúvida de que Marighella não estreou ainda por uma questão política.

Segundo a assessoria de imprensa do longa, o cancelamento da estreia, prevista para 20 de novembro de 2019, foi resultado da negação de um recurso encaminhado pela O2 Filmes à Ancine. Nele, a produtora questionava se a verba para a comercialização da obra poderia ser liberada antes da assinatura efetiva do contrato com o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), uma vez que ele estava demorando a ser finalizado.

Na mesma ocasião, a produtora teve outro recurso negado, referente a um pedido de ressarcimento de despesas pagas com dinheiro próprio no valor de mais de R$ 1 milhão, por meio do FSA. Em nota, a O2 afirmou que apenas pediu que a Ancine esclarecesse se essa quantia se adequava a um edital de complementação do FSA, o que foi negado pela diretoria da agência.

Na mesma entrevista, Moura ainda afirmou que longas nacionais reconhecidos nos últimos meses não receberiam apoio da atual gestão da Ancine:

— No ano em que investiram na destruição do nosso cinema, Bacurau e A Vida Invisível ganharam prêmios no Festival de Cannes e, agora, Democracia em Vertigem foi indicado ao Oscar. Duvido que qualquer um desses filmes conseguisse financiamento através da Ancine hoje.

Fonte: GaúchaZH - Cinema

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