Marighella, filme de Wagner Moura sobre guerrilheiro brasileiro, será exibido em festival francês Filme homenageia mártir da Ditadura Militar e causou controvérsias políticas


Paris se prepara para receber a  21ª  edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris em abril. 23 títulos serão exibidos ao todo.

O primeiro filme a ser exibido será O Beijo no Asfalto, de Murilo Benício. O filme estrela Lázaro Ramos como Arandir, um banqueiro recém-casado. Ele se envolve em um acidente de carro e, ao socorrer a vítima moribunda, recebe um último pedido do homem: um beijo. Ele o dá, mas é flagrado por seu sogro e pela imprensa, que espalha a foto aos quatro ventos. 

Já o fechamento fica por conta do polêmico Marighella, de Wagner Moura. O filme conta a história real do guerrilheiro comunista que emprestou seu nome ao título do longa, e foi vivido por Seu Jorge. O ex-deputado foi assassinado durante a Ditadura Militar no Brasil e tornou-se um mártir.

O filme gerou polêmica por usar filmagens reais feitas durante o período de repressão política seguidas de imagens de Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil. No lançamento do filme, durante o 69º Festival de Berlim, Moura foi questionado se o filme era um jeito de dialogar com o presidente, que em diversas ocasiões mostrou apreço pela Ditadura.

“Nosso filme é maior que Bolsonaro. Não é uma resposta a ele, mas obviamente esse é um filme, provavelmente um dos produtos culturais da arte brasileira que, obviamente, está em contraste com o grupo que está no poder no Brasil. [...]Sofremos uma situação horrorosa, a pior que o Brasil vive desde a ditadura. Hoje há um genocídio contra a população negra, contra quem vive nas favelas. Temos um presidente homofóbico. Sei que quando voltarmos ao Brasil nos cobrirão de merda, mas não me preocupa; o mais importante era estrear este filme”, declarou o diretor durante a coletiva de lançamento.

Entre outros títulos do Festival estão inclusos Aos Teus Olhos, de Carolina Jabour - vencedor de quatro prêmios no Festival do Rio 2017 e Tinta Bruta, de Filipe Matzembacher e Marcio Rolon, que venceu o prêmio Teddy no Festival de Berlim, entre outros.   

Fonte: Rolling Stones

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