Palavras de coronel

Wagner Moura está de volta na pele do policial Nascimento

Filmado em locações reais como a favela carioca do Morro Santa Marta, as dependências da Assembleia Legislativa do Rio e os corredores do quartel-general da PM, com um orçamento de R$ 14,5 milhões e lançado com 661 cópias em película, Tropa de Elite 2 é êxito do cineasta José Padilha.

Um dos mais respeitados atores brasileiros, Wagner Moura, 34 anos, volta a encarnar o policial Nascimento. O baiano está de novo excelente na pele do personagem que luta incansavelmente contra o crime no Rio. Promovido de capitão a coronel, Nascimento está mais maduro, combatendo as milícias e os políticos corruptos como subsecretário de Segurança do Rio. Veja o que Moura tem a dizer.

Pergunta: Como foi retornar ao papel de Nascimento?

Wagner Moura: Tinha visto o filme umas duas ou três vezes antes, na época da montagem, mas vê-lo com plateia foi uma experiência bem diversa. Estou orgulhoso de ter participado de um filme que tem a extraordinária capacidade de aliar entretenimento com pensamento. Fiquei interessado de participar da discussão toda que surgiu no primeiro filme, mesmo quando nos chamavam de fascistas.

Pergunta: Agora você também é coprodutor, investigando no filme e com direito a participação na receita de Tropa de Elite 2.

Moura: Tive uma ingerência muito maior na parte artística do filme. Sempre tive curiosidade por saber como se faz a luz do filme, o som... Essa minha vontade de experimentar vai me dando esse interesse de, quem sabe, vir com um projeto como diretor daqui a uns dois ou três anos.

Pergunta: Como você analisa a pirataria que colocou em circulação cerca de 11 milhões de cópias de Tropa de Elite 1?

Moura: Foi uma experiência traumática! Foi revoltante ouvir as pessoas dizerem que fomos nós que vazamos a cópia, para divulgar o filme. Foi um roubo aquilo.

Pergunta: O que mudou no Nascimento no segundo filme?

Moura: Nascimento é um personagem típico da tragédia grega, que caminha inexoravelmente para um destino trágico. Ele está mais maduro e, por isso, mais consciente. Se queríamos dar mais complexidade ao filme, o primeiro passo é dar mais complexidade ao seu protagonista. A Fátima (Toledo, preparadora de elenco) me ajudou a descolar da imagem do Nascimento do primeiro filme e desconstruir esse personagem. Nunca vimos um cara que tortura as pessoas como um herói, mas agora ele toma consciência.

Fonte: Clic RBS

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