Mau-caráter, dissimulado e sem um pingo de escrúpulos



Assim pode ser definido o vilão Olavo, interpretado por Wagner Moura em Paraíso Tropical, nova novela das oito da Globo.

Quando foi convidado para encarnar o malvado da história, Wagner conta que se sentiu realizado.

Apesar de já ter atuado em mais de dez filmes em sete anos de carreira, o ator baiano ainda é praticamente um novato na TV. Especialmente no que diz respeito às maldades.

Desde que estreou na teledramaturgia, Wagner só interpretou mocinhos, como o romântico Gustavo, de A Lua Me Disse, e o sedutor Juscelino Kubitschek na primeira fase da minissérie JK, de 2006.

Agora, terá a missão de infernizar a vida de Daniel, o bom moço da história, interpretado por Fábio Assunção.

É aquela cobra que está ali quieta e de repente dá o bote_ compara.


Na trama escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares, Olavo é guiado pela cobiça e a inveja de Daniel, o preferido do rico empresário Antenor, de Tony Ramos, na sucessão das empresas.

O Olavo é um cara angustiadíssimo porque é preterido na empresa, justifica.


Em sua segunda novela na Globo, Wagner admite que já está bem mais integrado ao ambiente televisivo.

Quando comecei senti diferença em relação ao cinema. Mas já me acostumei e estou adorando o veículo, justifica.


Wagner acredita que, ao fazer TV, o ator aprende a ficar mais ágil e a trabalhar com o tempo curto.

O que é melhor: fazer o vilão ou o mocinho?
Acho que o ator tem de fazer coisas diferentes sempre. E o vilão é muito bom de fazer porque não tem moral. Você pode esculhambar. É um tipo de personagem que dá mais pedal para o ator enlouquecer.
Além disso, o Olavo é um personagem diferente de tudo o que fiz na TV até hoje. Isso é o melhor. Quando você é o galã, o mocinho, você não pode fazer um bocado de coisa. E o vilão pode fazer o que ele quiser.


Como você definiria o Olavo? Ele tem um quê do Renato Mendes, de ¿Celebridade¿?
Ele é muito invejoso! Ele não aceita que o Daniel ocupe um espaço na empresa que ele achava que deveria ser dele por direito. Afinal, ele é sobrinho do Antenor, personagem do Tony Ramos, e o Daniel é filho do caseiro!
Eu assistia Celebridade e era fã do Renato Mendes, mas o Olavo não se parece com ele. Acho que ele tem uma coisa mais doentia. O Renato Mendes era mais expansivo.
E o meu personagem é uma coisa mais perigosa, mais interna, menos para fora e mais para dentro. É aquela cobra que está ali quieta e de repente dá o bote.


Você se espelhou em algum vilão para compor o Olavo?
O Gilberto (Braga) me deu um filme para assistir, O Colecionador, de William Wyler, que é sobre um cara que rapta uma mulher, a leva para a casa e a deixa trancada até que ela comece a gostar dele.
Ele tem uma doença. E o meu personagem em Paraíso Tropical também é doente. A relação do Olavo com a mãe, feita pela Vera Holtz, é péssima. Ele trata a mãe e o irmão pessimamente.
Como ele conseguiu subir na vida, a mãe e o irmão vivem em torno dele, porque ele ficou rico. Mas ele trata os dois muito mal. Ele acha que pode tratá-los assim porque tem dinheiro.


Você continua fazendo filmes em paralelo à novela. Como tem sido a sua rotina de gravação?
Pois é. Tenho me dividido entre as gravações da novela e do filme Romance, de Guel Arraes, que vai estrear este ano. Outros três filmes em que atuo também vão estrear em 2007: Ó, pai, ó, de Monique Gardenberg, Saneamento Básico, de Jorge Furtado, e Tropa de Elite, do José Padilha.

Fonte: TV Tudo


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